Sobre a opinião.
“Dos três itens, o mais sensível é o segundo, que trata do descompromisso com teorias e versões. Transmitir informações, interpretá-las sem comprometer-se, preservando, ao mesmo tempo, os valores e crenças individuais, é um exercício de uso da terceira pessoa que envolve treinamento e competência crítica. No entanto, ainda o estuprador, o celerado, o pedófilo, um serial killer, um imperador como Nero ou um ditador como Adolf Hitler devem ter as suas razões expostas, porque jornais se escrevem para seu tempo e para a História.
Mesmo a opinião manifesta, que é mais rara e cada vez menos relevante no jornalismo moderno, deve contentar-se em ser expressão de um sentimento colectivo, e não do viés pessoal do jornalista que a formula.”
Nilson Lage, A Reportagem